FORBES – A Covid-19 acelerou a transformação digital. A pandemia está tendo um impacto significativo na forma como colaboramos, onde trabalhamos e na relação empregador-empregado no que diz respeito ao desempenho no trabalho remoto. Como o trabalho mudou durante a pandemia global e como será no futuro?
Até recentemente, presumia-se que os espaços de trabalho físicos promoviam a produtividade e a colaboração dos funcionários. Essa noção está sendo testada, mas não é mais verdade. Com o maior experimento do mundo sobre o trabalho em casa em andamento, já estamos vendo como as estruturas de equipes remotas estão sendo desafiadas e forçando as empresas a se tornarem mais ágeis. Além disso, os dados de produtividade em equipes remotas podem ter excedido as expectativas. De acordo com a McKinsey, 80% das pessoas gostam de trabalhar de casa. Além disso, 41% se sentem mais produtivos do que antes e 28% são igualmente produtivos.
Um fator importante é a maneira como os funcionários gerenciam seu tempo. O home office economiza muito tempo em várias atividades, pequenas e grandes, incluindo se vestir, almoçar, tempo para o café, reuniões de última hora e, uma das mais notáveis, ir ao trabalho. Estima-se que o tempo médio de um trajeto de ida seja de 26,1 minutos – cerca de cinco horas por semana. E se você mora em uma grande metrópole, isso quase dobra! Eliminar o deslocamento diário nos Estados Unidos economizou mais de 89 milhões de horas por semana, o que equivale a 44,5 milhões de dias de trabalho completos desde o início da pandemia.
A Upwork relatou a diminuição no deslocamento diário desde a pandemia, que economizou US$ 90 bilhões. Indivíduos que se deslocam de carro economizaram mais de US$ 2.000 desde meados de março.
Essas pequenas economias de tempo se somam e a redução do tempo desperdiçado está capacitando os funcionários a se concentrarem mais em um trabalho valioso e a organizarem seu tempo de maneira diferente. Isso também é econômico para os empregadores. O modelo de trabalho remoto pode ajudar as empresas a se moverem com mais rapidez, alocar recursos com mais eficácia e aproveitar ferramentas de colaboração e outras tecnologias de maneira mais eficiente para manter todos no caminho certo em seus espaços de trabalho digitais. No entanto, isso pode ter implicações negativas para os funcionários. As linhas da vida doméstica e profissional tornaram-se confusas. Alguns funcionários de home office podem achar que os dias parecem mais longos – e não estão errados.
Um estudo recente do National Bureau of Economic Research analisou e-mails e reuniões de 3,1 milhões de pessoas em 16 cidades globais. Relatou que a duração da jornada média de trabalho aumentou 8,2%, ou 48,5 minutos, com aumento de e-mails. No entanto, os funcionários podem não ter trabalhado continuamente ao longo desse período e podem ter criado horários mais flexíveis para compensar as interrupções diárias.
As empresas precisarão ficar de olho em como esses números mudam e encontrar uma maneira de manter os funcionários motivados. A Harvard Business School descobriu que, pelo menos, 16% dos funcionários americanos permanecerão remotos após a Covid-19. Isso teria implicações importantes para os formuladores de políticas, empresas e funcionários e poderia causar uma grande mudança nas normas do local de trabalho. Como será o trabalho em um futuro próximo e o que as organizações devem fazer para acomodar essas mudanças?
O papel do escritório mudará
Com mais funcionários trabalhando em locais remotos, as organizações precisarão reavaliar seus portfólios imobiliários. Eles provavelmente terão uma combinação de espaço de escritório próprio para colaboração pessoal ou grandes eventos de formação de equipes, mas, com funcionários mais dispersos, os espaços de coworking sob demanda e flexíveis serão uma opção econômica.
Já estamos vendo essa transição, pois grandes empresas de tecnologia como o Facebook estão permitindo que seus funcionários trabalhem em casa e pagando salários que se ajustam ao custo de vida local. A sede não vai a lugar nenhum agora, mas seu papel pode mudar.
Os funcionários vão querer opções para trabalhar em qualquer lugar
Agora que trabalhar remotamente se tornou a nova norma, e mais pessoas desfrutam de rotinas flexíveis que proporcionam um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, os funcionários provavelmente procurarão organizações que ofereçam a opção de trabalhar remotamente. Para os baby boomers, o dinheiro era um grande benefício. As próximas gerações priorizarão a flexibilidade com opções de trabalho remoto e economia de custos de deslocamentos diários.
A cultura também precisará prosperar digitalmente
Com equipes distribuídas por cidades e fusos horários, as empresas precisarão se concentrar em atrair e reter talentos digitalmente. A ênfase será colocada na criação de cultura e no aumento do engajamento saudável entre os funcionários para atingir os resultados de negócios desejados. Somos criaturas sociais e o trabalho precisa ser feito. A camaradagem desempenha um grande papel nisso; sem espaços de trabalho físicos, isso representa um enorme desafio. As organizações precisarão começar a medir a cultura para ajudar os funcionários a prosperar no espaço de trabalho digital.
Os funcionários terão que melhorar por conta própria
Não apenas nossos ambientes estão mudando com a tecnologia no comando, mas também estamos passando pelo que o século 21 foi para a Revolução Industrial. Estamos no início de uma revolução tecnológica, repleta de inteligência artificial e automação, que causará a obsolescência do trabalho.
A McKinsey descobriu que 50% das atividades de trabalho globais poderiam, teoricamente, ser automatizadas. Isso pode significar que 400 a 800 milhões de pessoas podem ser deslocadas globalmente devido à automação até 2030. Agora, 85% dos empregos que estarão disponíveis em 2030 ainda não foram inventados. Aqueles que estão entrando na força de trabalho terão uma probabilidade maior de um conjunto de habilidades irrelevantes amanhã.
À medida que as organizações buscam medidas de redução de custos ou ficam mais confortáveis com os trabalhadores remotos, a responsabilidade recai sobre o funcionário para evoluir com sua posição. Se não o fizerem, há uma chance real de que se tornem obsoletos. A competição por emprego será mais acirrada com uma força de trabalho remota. Os candidatos não estarão mais competindo apenas com as pessoas de suas cidades, mas de todos os cantos do globo.
A Covid-19 está acelerando uma transformação digital em grande escala e em todo o mundo. A liderança precisará ser mais ágil do que nunca e oferecer pacotes de funcionários flexíveis para atrair o talento certo. A função tradicional dos HQs mudará, e os espaços de coworking sob demanda podem ajudar a dar aos trabalhadores remotos uma folga de seus escritórios em casa.
As empresas serão desafiadas a encontrar novas maneiras de atrair, reter e gerenciar talentos à distância. Colaboração, flexibilidade e cultura estarão em primeiro lugar. Novas ferramentas entrarão nos fluxos de trabalho e exigirão que os funcionários evoluam com elas.
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